Recentemente
Camila Paglia, uma escritora americana, deu uma entrevista
nas páginas amarelas da Veja(*).
nas páginas amarelas da Veja(*).
Ela falou
sobre o isolamento das mulheres em virtude dos recursos tecnológicos disponíveis
como a máquina de lavar, por exemplo. Antigamente, segundo ela, quando as
mulheres iam lavar roupas em grupo havia mais interação entre elas.
Conversavam, opinavam sobre a vida, sobre roupa, técnicas de lavar roupa,
educação de filhos e cuidavam das crianças umas das outras. Ainda segundo ela
nós amamos o isolamento, mas isso não é bom porque a constituição do sujeito
fica prejudicada. Tornamo-nos inseguros, desconfiados, egocêntricos.
Lembro-me
das minhas aulas sobre Fenomenologia no curso de Mestrado. No estudo sobre a percepção Merleau-Ponty deixa claro que
percebemos em oposição, isto é, que
percebemos que o céu é azul porque a grama é verde e a terra é marrom. Nos dias
densamente nublados onde tudo parece cinza é difícil dirigir um carro porque os
contornos do asfalto perdem a definição, a noção de distância fica prejudicada
e os pedestres que atravessam a rua se tornam indistinguíveis. Dito em outras
palavras: sei quem sou porque você é diferente de mim. Constituo-me na
diferença.
Somente
observando o que o outro tem é que consigo saber o que me falta. O outro, com
suas diferenças me enriquece, me completa.
As
igrejas com a sua filosofia de transformar a todos em ovelhas (submissas sem
opção), com o discurso de que devemos todos ser iguais a Cristo e que deve
reinar a unidade entre os crentes, roubam a nossa identidade. Pregam a nossa
anulação e, consequentemente, estimulam o nosso absenteísmo e inutilidade.
Tornam todos acinzentados e, dessa forma, a igreja perde a coloração das
ideias, fica sem pessoas criativas e autônomas. Com isso ela perde o vigor do
embate salutar que produz crescimento.
Poucos
são os que conseguem romper com essa estrutura que os enclausura e arriscam a se
expor. Poucos expressam os seus pensamentos porque temem ser diferentes.
Se fossemos
iguais a Cristo quem seria o outro? O que mais haveria por fazer? Teríamos
alcançado a plenitude espiritual e depois? O que faríamos?
Sabemos
que o pronome Nós é preferível ao pronome Eu quando se trata de viver socialmente, mas esse Nós deve ser resultado dos Eus e dos
Vocês que, voluntariamente, se unem em colaboração mantendo cada a sua individualidade porque as diferenças se
completam.
Quanto
maior a diversidade maior a riqueza de ideias e maior a possibilidade da beleza
aparecer na variedade de aparências.
Antonio
Sales
Nova
Andradina, 04 de abril de 2014.
PAGLIA, Camile. Nós Sufocamos os Homens. Veja: edição 2363, ano 47, nº.10, 5 de março de 2014. Entrevista concedida a Mariana Barros para as páginas amarelas.
Professor, poste mais textos!
ResponderExcluirObrigado pelo estímulo, Nathália. Às vezes demoro escrever por falta de tempo e outras vezes por falta de problemas, isto é, falta um tema provocante. Se tiver algum tema pode sugerir.
ResponderExcluirVocê já leu o outro blog meu?
www.apontandocaminhos.blogspot.com.br
Abraços
Acabei de visitá-lo, professor. Ainda não tinha o visto. A partir de agora irei acompanhá-lo também.
ResponderExcluirO que o senhor acha de incluir no blog um cadastro para recebermos suas atualizações no Email?
Boa ideia, Nathalia. Só não sei como fazer, ms tenho a impressão de que se você se tornar seguidora receberá informações toda vez que alguma coisa for postada.
ResponderExcluirDefendo a tese luterana de que a igreja e diferente do corpo de cristo e que existe cristo e dentro e fora da igreja, que apesar de tudo que acontece na realidade atual deus ele que pessoas e não edifício entendesse a igreja real é aquela que cristo habita ou seja vc imagem e semelhança do seu espirito sagrado
ResponderExcluirA igreja e aliança de cristo e de nós e não pode ser tratada como uma arma forjada para destruir o pecado não em no mesmos. mais no espirito santo e nó tabernáculo de nosso senhor jesus cristo.
ResponderExcluirA igreja e aliança de cristo e de nós e não pode ser tratada como uma arma forjada para destruir o pecado não em nois mesmos. mais no espirito santo e nó tabernáculo de nosso senhor jesus cristo.
ResponderExcluirOlha me desculpa pelos erros ortográficos a tese luterana defende a hipótese de cristo dentro e fora da igreja entendesse dai isso causou uma revolução religiosa na época olha sabe o que eu gostei no seu trabalho o fator de ser vc o criador de varias teses influenciando o homem a buscar deus na bíblia e não fora dela,digito pouco por isso as vezes erro mais muito bom seu blog....
ResponderExcluirObrigado amigo leitor. Sua contribuição enriquecesse. Feliz 2016.
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