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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A FUNÇÃO DA LEI



Os legalistas, aqueles que não conseguem pensar na salvação sem a presença da lei, até dizem que a salvação é pela graça ou uma dádiva de Deus. Mas, concluem eles, a lei é o instrumento para nos conduzir a Cristo, portanto, necessária para a salvação. Variando um pouco outros afirmam que a lei é uma prova da nossa conversão. Na realidade o discurso muda muito pouco, conforme as circunstâncias ou conveniências, mas o significado é o mesmo: sem lei (antes ou depois) não há salvação. É bom lembrar que lei, para os legalistas, praticamente se resume aos Dez Mandamentos.
Penso diferente. Penso que, simplesmente, não há relação entre lei e salvação ou lei e graça. Salvação tem a ver com a nossa relação com Deus e a lei, com a nossa relação com os homens. Graça é Deus nos aceitando e a procura pela lei é um ato nosso, salvos ou não, procurando viver bem uns com os outros.
A graça, no meu entender, tem poder transformador. Ela, sem dúvida, desperta em nós o desejo de viver bem, mas não é a única fonte desse desejo. A educação pode nos proporcionar isso também. Ouros fatores também podem nos motivar a um viver harmonioso. Mas nós não precisamos da lei (nenhuma lei) para mostrar que respeitamos o outro. Podemos simplesmente respeitar. Em casos mais sensíveis podemos perguntar a ele (ou observar) como espera ser respeitado. Podemos simplesmente tratar o outro com o mesmo respeito que gostaríamos de ser tratados
A lei entra nos casos de dúvida, quando não há oportunidade de perguntar ou observar, quando os limites não estão claros ou os direitos não estão bem definidos.
Como, por exemplo, quando compramos um terreno, pretendemos construir e não queremos prejudicar o vizinho construindo o muro no terreno dele. Nesse caso a escritura, que representa lei, vai nos orientar sobre o local onde passa a linha divisória. Ela não vai nos dizer que precisamos respeitar o outro, pois, disso já estamos inteirados; vai (com a ajuda de instrumentos) nos dizer onde está o limite.
Por vezes vamos de carro por uma rua e chegamos ao cruzamento juntamente com outro carro quem vem numa direção perpendicular à nossa. Nesse caso, um deve esperar o outro passar. O que fazer? Olhamos na placa, que representa a lei, e a decisão estará definida. Se o outro avançar primeiro não nos sentiremos ofendidos porque a lei definiu que, naquele caso, ele tinha prioridade.
Essa é, no meu entender, a função da lei: mostrar onde estão os limites.
Quando visitei Machu Picchu, no Peru, vivi uma experiência interessante. Do povoado de Águas Calientes na base da Montanha Velha (Machu Picchu) os turistas são transportados de micro-ônibus pela encosta acima por uma estrada estreita que permite o cruzamento de dois veículos apenas em alguns pontos específicos. Os veículos que descem esperam para serem ultrapassados pelos que sobem exatamente nesses pontos.
Os horários de partida de Águas Calientes, que dependem do fluxo de turistas, são incertos e impedem que sejam prefixados em lei os horários e locais exatos em que os veículos que descem devem esperar pelos que sobem. Os coordenadores do tráfego, no entanto, encontraram uma forma alternativa inteligente de proporcionar segurança e conforto no transporte dos passageiros. Cada micro-ônibus é equipado com um aparelho de radio-transmissão e dois tripulantes: o motorista e o radio-operador. A comunicação constante entre os radio-operadores mantém os motoristas informados sobre os pontos e horários de cruzamentos.
Quando há boa vontade a lei pode ser flexível. A lei deve ser dura quando há barbárie. A lei é necessária onde não há boa vontade entre os homens, ajuda onde há pontos não suficientemente claros e pode permanecer oculta onde a graça divina atua em sua plenitude.
É a tentativa de harmonizar graça e lei, de fazer a lei ser necessária onde a graça atua que caracteriza o legalismo.
Há uma passagem do apóstolo Paulo, um ferrenho defensor da dissociação entre lei e justificação ou lei e salvação, que merece ser analisado.  Paulo debateu fortemente esse tema com os gálatas. Aos Gálatas (Gl 3:23-25) ele escreveu:
Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados; mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio, porque todos sois filhos de Deus, pela fé em Cristo Jesus.
Entendo que Paulo estava dizendo que em um ambiente onde a barbárie impera a lei se faz necessária e mantém o homem sob controle até que Cristo entre em sua vida e produza a transformação do viver. Ela foi necessária, diz ele, para guardar o homem da depravação total ou da autodestruição até que ele e se encontrasse com Cristo. No seu entender a lei nos protegeu até que nos tornássemos filhos de Deus.
 Uma vez transformados, porém, não mais necessitamos da lei para nos controlar. Necessitamos da lei para nos orientar nos casos em que os limites não estão bem definidos.
Esclareço que, se para os legalistas a lei se resume aos Dez Mandamentos com seus impedimentos bem definidos, para mim lei é toda instrução que estabelece direitos e deveres. Se para eles é um conjunto de regras fixas, para mim é qualquer manual de tira-dúvidas.
Antonio Sales
Campo Grande, 20 de dezembro de 2013.

domingo, 1 de dezembro de 2013

O JUÍZO DIVINO E SEUS SIMBOLISMOS NA BÍBLIA



O profeta Daniel, fazendo anúncios sobre acontecimentos futuros em relação ao seu tempo, anunciou a instalação do Grande Juízo (Dn 7:9-11).  Não discorremos  aqui sobre datas ou previsões de épocas  para tais acontecimentos.  Daremos uma possível interpretação para o simbolismo utilizado. Também não nos aventuraremos a uma discussão sobre as razões do juízo ou sobre quem ele incidiria.
Curioso é que temos uma visão um pouco nebulosa a respeito do juízo divino. Fomos ensinados a pensar em Deus como o carrasco que procura oportunidade para nos perseguir e castigar. Também sempre pensamos no juízo como algo destinado a culpados e, portanto, aos passíveis de castigo. Nessa perspectiva juízo é, invariavelmente, sinônimo de castigo, indicativo de punição certa. É por isso que sempre tememos diante da perspectiva de sermos julgados.
Podemos, porém, pensar em juízo como vindicação, isto é, reparação de danos morais. Podemos pensar em juízo como uma oportunidade de provar nossas boas intenções mesmo que tenham resultado em algo desfavorável a alguém. Em outras palavras: juízo pode ser a oportunidade de trazer à tona a nobreza do nosso caráter mesmo tendo cometido falhas, mesmo que tenhamos, por vezes, deixado a impressão de não sermos tão nobres.
Somos diariamente submetidos a julgamentos pelos pares, cônjuge, superiores hierárquicos, alunos, professores. Esses julgamentos nem sempre são baseados em fatos que justificam o juízo emitido ou que revelam quem realmente somos. Supostamente o juízo divino trará à luz fatos desconhecidos por aqueles que nos julgaram, trará fatos subjacentes que esclarecem o contexto e os motivos. É nessa perspectiva que vejo o juízo divino. O juízo será instalado para defender, esclarecer, passar a limpo.
Não creio que o juízo divino servirá para justificar a Deus porque Deus não se preocupa com a Sua reputação, isto é, com o que pensamos sobre Ele. Foi assim que Ele agiu com Jó quando, o patriarca, questionou a Deus. O Soberano respondeu ao patriarca falando do Seu poder e da ignorância do homem, mas não Se justificou.
Vamos agora ao simbolismo usado por Daniel. Segundo o profeta um ancião dias (pessoa idosa) assentou-se, todo trajado de branco, diante de um trono banhado por rios de fogo.
Entre os hebreus, nos primórdios da constituição da nação israelita, o juízo era exercido por uma pessoa idosa, experiente, e que gozava de boa reputação na comunidade (Nm 11:16). As vestes brancas símbolo de pureza nos falam do bom caráter do juiz. Ele não é amedrontador, é equilibrado, justo e busca o bem das partes envolvidas. Vestes brancas transmitem uma mensagem de paz, falam de tranquilidade.
O fogo, que para muitos simboliza  a purificação, isto é, a punição  ou disposição para punir ao menor indicio de maldade. Para mim significa outra coisa.  Não coloco a Deus no mesmo nível do dragão da mitologia chinesa, que revela a sua fúria soltando fogo pelas ventas. Vejo o fogo no juízo sob outra perspectiva.
 Considerando que na época as lâmpadas eram constituídas de tochas (Jz 7:20) que eram alimentadas por óleo e que para uso doméstico havia as candeias (Mt 5;15) que funcionavam pelo mesmo princípio. Mais tarde denominou-se lamparina ou lampião, de uso a querosene. Diante desses fatos entendo que fogo pode ser sinônimo de luz nessa simbologia do juízo.  Rios de fogo simbolizam claridade, trazendo o indicativo de nada será feito às escondidas.   Tudo será passado a limpo com a maior transparência.
Dessa forma, espero que nosso medo do juízo se dissipe um pouco e que olhemos para o futuro sem medo e com esperança.
Antonio Sales profesales@hotmail.com
 Fátima do Sul, MS, 30 de novembro de 2013.

 

sábado, 19 de outubro de 2013

O CULTO É LUGAR DE SILÊNCIO?



De vez em quando ouço ou leio sobre o comportamento no culto. Como minhas relações de amizade são com membros de igrejas tradicionais as indicações de leitura que recebo sobre o tema  também provém dessa fonte.
Digo isso para que o leitor possa localizar o lugar de onde falo, qual a minha referência. Essas leituras que faço e os comentários que ouço sempre apontam para a necessidade de uma postura  reflexiva, silenciosa durante o culto. Nas igrejas neopentecostais parece que essa é uma discussão superada.
Portanto, nas igrejas tradicionais ao entrar na igreja o adorador deve encontrar um ambiente envolto numa “atmosfera celestial”, com música suave e silêncio profundo, tudo preparado e preparando para uma adoração de submissão completa. Submissão a quem? Teoricamente a Deus, mas na prática veremos.
Vamos tecer agora algumas considerações a esse respeito.
Em primeiro lugar o pressuposto de que Deus está presente de forma especial na igreja, e requer silêncio, não parece muito plausível, pelas seguintes razões:
1.                      Jesus disse ä mulher samaritana (Jo 4) que  não é assim que acontece. Deus pode ser adorado em qualquer lugar, disse Ele. Nessa perspectiva a igreja é local de comunhão com os irmãos, isto é, de confraternização e aprendizado, e não se comunga no silêncio, não se confraterniza no isolamento, não se partilha no recolhimento. A igreja não é um mosteiro.
2.                      O que tenho observado é que muitas mensagens apresentadas à igreja em nome de Deus são, na realidade, produtos de mentes preconceituosas e mal preparadas. Se Deus estivesse presente haveria de orientar melhor esses discursos e, se está presente e não orienta é porque  não está exigindo atenção especial, isto é, não exige ser o foco da adoração. Nesse caso, Ele quer que aprendamos errando, debatendo, admoestando-nos mutuamente. Não se debate no silêncio.
Em segundo lugar penso que não se reflete sem uma provocação. A reflexão é produto do embate. A reflexão silenciosa ocorre após um momento de tensão, quando se necessita reorganizar as ideias. Logo, se queremos que o adorador permaneça em silêncio, devemos provocá-lo, desafiá-lo, intrigá-lo e não exigir silêncio como se a reflexão pudesse se decretada.
Como terceiro ponto de discussão entendo que o “decreto” do silêncio é uma forma de submissão, uma forma de tornar as pessoas frágeis, incapazes de se organizar e de apresentar discordância ao programa que lhes for apresentado. É o processo de transformação das pessoas em ovelhas, submissas, incapazes de reação, que seguem cegamente o pastor mesmo que caminhando para morte.
Vejo nesse discurso de respeito ao ambiente, ou presença de Deus, um resquício  de tempos passados quando as pessoas não podiam ter inciativas próprias para não por em risco o poder. É o processo de subjugação que, no meu entender, não agrada a Deus. O objetivo, segundo o meu entender, não é agradar a Deus, mas manter as pessoas sem ação e com profundos sentimentos de culpa.
Suponho que o leitor entendeu que não sou favorável à falta de ordem ou respeito a quem quer que seja, apenas entendo que ordem e respeito não são, necessariamente, sinônimos de silêncio total, reflexão decretada, proibição de comunicação com os irmãos. Há uma outra forma de ordem que não submete as pessoas, que não as culpabiliza e que não as imobiliza. Há a ordem do esclarecimento, da educação que aponta caminhos, educação libertadora (não é  imposta ou intimidatória).
O culto no meu entender pode ser silencioso, se a pessoa preferir, mas pode ser dinâmico para quem quiser opinar, discordar (não desrespeitar), dialogar, “trocar ideias”. Não deve ser tumultuado, mas pode ser dinâmico, provocativo.
Nova Andradina, 19  de outubro de 2013
Antonio Sales                                profesales@hotmail.com









sexta-feira, 12 de julho de 2013

A JUSTIÇA DE DEUS


Ao olhar ao redor vemos a dor em suas mais variadas formas (frustração, depressão, acidentes fatais, acidentes com perdas parciais irreparáveis, abandono de amigos, abusos de crianças, doenças que minam as esperanças e cobrem a vida de luto apenas em pensar na sua possibilidade, miséria e penúria, corrupção, alastramento da drogadiçao, traição, cerceamento de liberdade através de cárcere privado ou ameaças, entre tantos outros). Por outro lado vemos também opulência,  festas regadas a "vinho" caro, jantares suntuosos, iates de luxo,  latifúndios intermináveis,  exuberância em saúde,  felicidade estampada em rostos sorridentes e mais um indeterminado número de fatores que consideramos positivos ou sonhos de todos  nas mãos de apenas alguns
Essa constatações levantam uma questão importante: existe justiça no mundo? Não estou pensando na justiça humana, naquela que emana dos tribunais. Penso na justiça que genericamente chamamos de justiça divina ou justiça da natureza.
Na Bíblia essa questão é levantada nos livros de Jó e Salmos. O perverso prospera (nem sempre só ele) e o justo sofre (também nem sempre só o justo sofre). Esse fato de um justo sofrer e um perverso prosperar levou  Jó a dizer que a vida é injusta.
Mas é nesse "nem só" que reside o problema. É que parece não existir uma lógica na distribuição dos males e dos bens. Se não há uma lógica não há como se prevenir, não há como programar uma vida sem dor e não há como julgar alguém pela presença ou ausência de dor. Parece que não há um controle, que não ha um tribunal imparcial, que a luta pelo bem (ausência de dor) é uma luta sem tréguas e sem previsão de sucesso. Parece que os males da vida caem por acaso sobre alguém e que os bens que chegam não trazem o prenuncio de ser uma recompensa.
Voltei-me, e vi, debaixo do sol, que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja, nem tão-pouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos” ( Ec 9:11).
É neste ponto do problema que ocorrem as multifurcações do caminho. Há alguns pontos de partida para a análise da situação:
Um deles é pressupor que Deus é impotente para governar o mundo. Esse ponto de vista parece não ser aceitável para a maioria das pessoas e Deus mesmo o refuta em Jó, mas um escritor judeu, após ler Kushner, afirmou: “Se é isso o que Deus é, por que Ele não renuncia e deixa alguém mais competente ocupar o seu lugar?”.
Outro ponto de vista é supor que a justiça de Deus supera o Seu poder. Esse ponto requer mais esclarecimentos: a justiça de Deis estaria na  sua capacidade  de imprimir em nós o sentimento  de que deve existir justiça no  mundo, que devemos lutar por justiça, que devemos diminuir as desigualdades, combater a dor e defender o bem –estar.
Um terceiro ponto de vista é o da fuga da realidade presente e construir um imaginário mundo de paz. Admite-se a impossibilidade de mudar o presente passa-se a viver sonhando com um mundo naturalmente justo no futuro; mundo onde Deus exercerá o Seu poder de controle sobre os seres humanos eliminando os injustos e recompensando os justos. É justiça por eliminação, por coerção, por recompensa.
Considero este terceiro ponto de vista como fuga da realidade porque estimula o conformismo, a aceitação "pacifica" (com o sentido de passividade) dos males, a indisposição para a luta (luta entendida como busca, elaboração de propostas,  tentativas). Essa perspectiva estimula uma aceitação hipócrita da realidade por muitos e a aceitação inconsequente, covarde, por outros. Essa doutrina estimula a nulidade individual e o esfacelamento das instituições porque propõe que cada um viva por si, salve-se como puder ou que simplesmente se submeta e aceite o seu "karma", a sua desventura de ter nascido aqui. As igrejas que pregam curas e prosperidade pertencem também este grupo porque ignoram as injustiças sociais e estimulam a negociata com Deus e a busca por um mediador que saiba domar a divindade.
Sobre o segundo ponto, Yancey escreveu que o rabino Kushner, após a morte do filho, teria dito que "Deus enfrenta dificuldades  para manter o caos sob controle" e acrescenta que  Ele é "um Deus de justiça, não de poder".
Curioso é que nos últimos capítulos do livro de Jó (Jó 38-41), Deus faz Sua defesa, mas Ele defende o seu direito de ficar “calado”, isto é, de não Se explicar. Deus descreve longamente o Seu poder para Jó, mas não disse por que não o usou em benefício do seu servo. Não diz por que viu o sofrimento de Jó e não fez nada tendo todo poder à sua disposição. Ele apenas diz que nada sabemos.
Um quarto ponto de vista e que me parece mais plausível é que Deus quer construir um mundo justo, mas não pela força, pelo cerceamento da liberdade. Essa justiça não deve ser imposta ou praticada apenas por que Deus ordenou. Ele permite que todas essa coisas nos advenha para que aprendamos a administrar os conflitos, conviver com as diferenças, lutar pela justiça, exigir direitos e entender que o outro também tem direitos, inclusive o de esperar que cumpramos os nossos deveres. Deus não quer um mundo de justiça retributiva ou de punição, quer uma justiça de equidade.
A justiça de equidade é construída e Ele quer que a construamos. O mundo está sendo administrado por nós e a “Nova Terra” de que fala o Apocalipse será dos que aprenderem a viver em equidade..
Campo Grande, 11 de julho de 2013
Antonio Sales              profeslaes@hotmail.com
Citações extraídas de:
YANCEY, Philip. Decepcionado com Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 2004, p. 187.